terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Homi de terno e gravata

Nego, quero lhe pedir que num venha em casa hoje!
Como num gosto de mentira, vou lhe contar: 
Onte recebi um convite de um homi de terno e gravata, ele disse-me que sou poetisa e danada de bonita pra perder tempo lhe esperando na janela.
Desde onte num paro de pensar nas palavras dele...
Nego, se acredita que ele leu todas as poesias do meu caderninho azul!?
Aquele que tu comprou, dizendo pra eu escrever quando me sentisse sozinha!
Foi uma luta de mim, para comigo mesma, mas resorvi aceita o convite dele.
Tou levando umas folhas em branco, porque ele disse que vamos escrever poesia juntos!
Ah, tou levando também uma foto sua, porque se ele se atreve a vir querer safadeza comigo, mostro logo tua foto, pra ele ver que minha alma já tem dono!
Num fique cabreiro, logo tou de vorta pra te encher de dengos!
Bejos inquietos e indecisos
A NEGA


Video Lançamento Casa das Rosas

Este vídeo http://www.youtube.com/watch?v=ehYdtlpXns, retrata a alegria das meninas da Cidade Tiradentes, Zona Leste Brazil, no dia em que o poeta Haroldo de Campos, a pedido do cavalheiro Frederico Barbosa, resolveu tirar o terno e a gravata, para recepcionar de pés descalços todos meus amigos que estiveram no lançamento do meu/nosso primogênito “Morte ás Vassouras”, que de morto há de se destacar, não tinha nada.
O espetáculo não teria tamanha grandeza, senão fosse a ajuda de todos meus amigos...
Na verdade o evento mais parecia uma reunião de confrades no boteco da esquina, com direito a choro, ranger de dentes e muita poesia.
Da Cidade Tiradentes, Zona Leste Brazil, bairro que trago nas minhas entranhas, trouxe meninas e meninos, que nunca haviam colocado os pés em uma mansão de tamanha grandeza.
Os recebi como deveria, vestida de empregada doméstica, e com os olhos marejados de emoção, e muita gratidão.
Sou de fato uma privilegiada, os amigos que tenho, valem muito mais que qualquer prêmio acadêmico.
Se fosse citar cada um deles, tenho certeza, que esqueceria muitos nomes. Ali naquele momento estavam os amigos presentes, ou o presente de amigos. No entanto, perdido neste mundão de meu "Deus", existem centenas pessoas que me apoiaram, que me apoiam, e que sempre acreditaram na minha saga literária. Poetas, intelectuais, meninos de rua, bêbados, drogados, abstêmios, professores, prostitutas, religiosos, e muitos tantos, que me incentivaram a continuar destemidamente.
Sou assim composta por muitos, um pouco de cada um, pedaço de tantos!

Muito obrigada pelo carinho, meus ricos e potenciais amigos!
Amo Vcs... Sigamos juntos!
Em destaque os talentosos artista Fabiano Menna, poetisa Tula Ferreira, Gê Maria Lima, Valquiria Medeiros Medeiros, Han Von Der Assen, Jéssica Jacintho, Néia Oliveira, Cida Christovam, Ualdo Nascimento, Dora Florencio, Amandy Loba Poeta González, Tiago Furtado, Cinelia Durval, Evandro Rhoden, Antonio de Pádua, entre outros amigos

Morte às Vassouras

Diretor Milton Roberto Multicolor Interatividade, responsável por esta linda recordação.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Lua Invejosa

A Lua Minguante é uma mulher pela metade, além de ser fofoqueira e mexeriqueira. Passa o tempo todo, bisbilhotando casais enamorados, para depois sair fofocando no universo inteiro. 
Morre de inveja da Lua Cheia, só porque o Sr.Sol um senhor maduro e bom de papo, não dá a menor bola pra ela.
O Sr. Sol vive falando que não gosta de mulher pela metade, por isso prefere a "LUA CHEIA", mesmo ela estando fora de forma e quase caduca.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Beijo

O Beijo é a porta de entrada para outras drogas. 
Comporta o mesmo poder destruidor do álcool. Sendo capaz de levar a embriaguez imediata, despertando na vítima o desejo do amor livre, além da vontade incontrolável de ficar nua mesmo em público. Chegando a alguns casos a mutilação com objetos pontiagudos, crises de apoplexia e sudorese em região genital.
Dentre outros sintomas: masturbação mental e física ininterruptamente, ideia fixa, pensamento frouxo, bipolaridade, perda de apetite, ansiedade, libido desmedida, boca seca, tremores nas mãos e sudorese intensa.
O único fármaco disponível no mercado são injeções diárias da saliva do transmissor da doença

Claudia Canto


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

D. Quarta Tresloucada

A D.Quarta acordou de cinta liga, galocha, óculos escuros e olhos esbugalhados. Tresloucada saiu pelas ruas gritando aos quatro cantos: "Não é justo, São Pedro, mandar um mar de chuva, logo hoje no meu dia fértil..."
Depois de um tempo, cansada de gritar, resolveu dar um pulo na quitanda da D. Sexta.
Agora as duas estão lá, falando mal da D. Quinta, que segundo elas, é uma mulher invertida e cafona, que se acha a mais gostosa da semana, só porque anda dando uns amassos no Seu... Bom, deixa pra lá, não sou fofoqueira como elas, e ainda tenho muito o que bisbilhotar...



"Não é justo, São Pedro, mandar um mar de chuva, logo hoje no meu dia fértil..." 
Depois de um tempo, cansada de gritar, resolveu dar um pulo na quitanda da D. Sexta.
Agora as duas estão lá, falando mal da D. Quinta, que segundo elas, é uma mulher invertida e cafona, que se acha a mais gostosa da semana, só porque anda dando uns amassos no Seu... Bom, deixa pra lá, não sou fofoqueira como elas, e ainda tenho muito o que bisbilhotar...

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Amigos de Morango

Amigos de morango, amigos de abacate, outros de limão.
Ai que delícia de amigos, com mel, outros com gotinhas de fel.
Uns já beijei, outros namorei, outros até dancei.
Mas, que delícia de amigos, um pra cada dia da semana, ou todos juntos, ou separados, mas mesmo assim juntos.
Uns eu conheço há muitos anos, outros nunca encontrarei.
Assim, em cada parte, uns no bolso esquerdo, outros no direito.
Mas todos dentro de mim...

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Palavrões

“Se é pra perder tempo com palavrinhas, é melhor dar vez aos palavrões, que não tem vergonha de mostrar a cara, e são muito mais gostosos”

Formigas

Um vento friooo aquece à noite da Paulicéia. Da janela observo pequenas formigas caminhando com trajetos definidos. No entanto, algumas fazem questão de fugirem das demais... E é exatamente nestes momentos que conseguem sentir o verdadeiro sabor do formigueiro.

domingo, 27 de outubro de 2013

Mulher Moderna tem Cúmplice


Neste terceiro livro, a romancista e jornalista Cláudia Canto ingressa numa frenética viagem pelo mundo oculto e polêmico das relações humanas. A jornada se inicia logo nas primeiras páginas, com a apresentação do narrador, um psicólogo sem nome que, de maneira introvertida, vai aos poucos se revelando ao leitor um homem angustiado e insatisfeito com sua vida conjugal. Assim a história do personagem começa a se desenrolar com a apresentação de seu modo de pensar e agir, que é fruto de seu passado e de suas escolhas erradas.

Neste contexto, inicia-se “Mulher Moderna tem cúmplice”, quando, em uma consulta inesperada, o terapeuta de repente se vê completamente seduzido por uma de suas pacientes, Stela, uma mulher moderna, estabilizada financeiramente, bem sucedida profissionalmente e aparentemente imune às investidas supérfluas do macho e aos jogos sexuais masculinos da conquista. Fascinado por ela representar tudo o que buscara e, a partir daí, radicalmente transformar seus dias vazios e noites solitárias.

Mais adiante, a escritora contempla o leitor com seu lirismo peculiar, introduzindo-o numa trama repleta de coadjuvantes misteriosos e envolventes, num transe psicológico desenfreado em que parecem inexistir barreiras para a incansável busca humana pelo prazer e o ideal inatingível do amor e da felicidade.

         A leitura de “Mulher moderna tem cúmplice” traz aos fãs de Cláudia Canto , assim como aos curiosos pela literatura atual, da primeira à última página, uma narrativa emocionante, temperada de suspense e de boa dose de erotismo. Você, leitor, certamente, será levado às profundezas da psique humana. Vale a pena chegar ao final.  (G. Oropallo)

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Lançamento Casa das Rosas


Uma língua Portuguesa diferente

(...)
Dou de presente
Uma língua Portuguesa diferente, aprendida no gueto
Poesia das ruas e Chico Buarque da periferia
E haverá um dia em que chegarás perto do belo,
Este mesmo que as estatísticas quiseram apontar como feio
Aprenderás o que é anseio à flor da pele.

Ventre

Ventre

Uma tinha laços de fitas na cabeça, a outra tinha os pés no lugar da cabeça...
Quando uma gritava, a outra gritava para não chorar.
Uma sentia medo, e a outra engolia o medo.
Uma respirava, a outra perdia o fôlego de tanto respirar.
Uma andava de patins, a outra caminhava lentamente dentro dela.
Enquanto uma corria, a outra parava.
A de fitas na cabeça olhava para dentro, e a outra vivia olhando lá fora.
Uma era à noite e a outra era o dia. A do dia trabalhava, enquanto a da noite sonhava.
E por serem assim tão diferentes, nunca se encontravam.
Mas mesmo tendo tudo diferente, uma única coisa às unia...
Era o ventre!
Somente os seus ventres, eram capazes de trazer para fora todo o amor que sentiam.
Foi ali onde germina a vida, onde nascem os seres, que elas se encontraram.
O ventre de uma, era como o ventre da outra.
Somente quando eles se encontravam, quando estavam juntas se reconheciam.
Ali alinhada nos seus ventres, nas suas luas, nos seus ciclos.
Em um mundo onde a natureza não fazia distinção, onde só o amor é soberano

"O escritor é um ser às avessas, tem pregos na cabeça e parafusos soltos no coração... E com o coração desparafusado, muitas vezes parece uma Galinha D'Angola" 



domingo, 25 de agosto de 2013

Destino

"Do outro lado da rua, o destino com um olhar cheio de lascívia, insistia para que ela mudasse de calçada... "

Corda bamba

Como em uma corda bamba, e lá embaixo uma enorme rede de proteção, e em cima, um imenso céu ao meu dispor.
Mesmo com uma uma asa quebrada, mesmo capenga, decidi voar!!

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Chapeuzinho Vermelho

Para fixar a fantasia de Chapeuzinho Vermelho, usei um vidro de mel, mas enquanto ensaiava meus primeiros passos, o mel, começou a derreter e uma grande quantidade instalou-se nas veias do meu coração. Agora estou aqui, sem saber como fazer para me livrar desta fantasia de Chapeuzinho Vermelho, e voltar a ser a velha bruxa resoluta que sempre fui.


quarta-feira, 31 de julho de 2013

Morte Alle Scope- Tradução Renato Marchese, escritor italiano

"MORTE ALLE SCOPE"


di Claudia Canto

Diario di una giornalista, che si è trasformata in una collaboratrice domestica in Portogallo

Editrice: Edicon, São Paulo, Brasil

Quando Claudia Canto,decide di andare in fondo a questa esperienza, molti... frammenti della sua vita erano già trascorsi... Pane caffè, e un poco di cultura, erano i fogli del suo diario in Brasile.

O dover restava alla finestra ad assistere allo spettacolo reale che le offriva la sua quotidianità... o andare in Europa per guadagnare "Euro e Cultura". Optò per il secondo naufragio e, per la sua non conoscenza della realtà europea, seguì la sorte di altri migliaia, milioni di brasiliani e africani che hanno avuto la stessa idea. Avventurandosi in questo naufragio, questa giornalista è tornata con un grosso bagaglio: un diario, un contenuto con una analisi critica di una realtà vissuta da molti emigranti, ma denunciata da pochi.

É una narrazione emozionante, coinvolgente che trascina anche il più freddo dei lettori. Una relazione storico-polemica come nessun’altra mai raccontata.

Il libro tratta della vita quotidiana di una giornalista brasiliana venuta in Portogallo per tentare la propria sorte. Il viaggio si presenta pieno di ostacoli che vanno sorgendo di giorno in giorno, e fanno si che una giornalista professionista si trasformi in una collaboratrice domestica.

Secondo la critica questo libro: “ ti lascia riflettere sulla diversità della natura umana, che è arrivata all’apice degli imperscrutabili sentimenti".

sábado, 27 de julho de 2013

Desvario de alma


Em um ímpeto desenfreado, resolve sair pelas ruas distribuindo todo o desvario de amor que lhe foi oferecido.
Como louca caminha entre os drogados, abstêmios, loucos, sábios, animais, inimigos, amigos, poetas, pedintes, e assim vai prosseguindo sem rédeas, sem parâmetros, sem destino.
A cada nova travessia, a cada novo olhar, cada novo carinho, vai descobrindo o poder curativo do amor.
E ao final sente-se exaurida diante de si mesma...



domingo, 21 de julho de 2013

A D. Palavra resolveu se manifestar

A D. Palavra resolveu se manifestar.
Vestiu uma roupa com as cores da Jamaica, e saiu pelas ruas com a caneta em punho, gritando aos quatros cantos, que não aguentava mais ser ultrajada.
Em um desabafo carregado de lágrimas, exigiu mais respeito e menos dissonâncias.
Acometida acusou a pouca rigorosidade do SR. Verbo, que segundo ela era um dos culpados pelos mais variados abusos, que sofria desde as primeiras palavrinhas soletradas ainda no berço.
"Se o Gigante Acordou, ele que trate de se ater as vírgulas esquecidas ou abusivas que enfiam nas suas entrelinhas sem ao menos pedir licença."
Disse que estava cansada de sustentar palavrinhas feitas nas coxas.
Quando estava no meio da AV. Paulista, cansada de gritar sozinha resolveu desistir.
Agora estava ali em cima do penhasco, esperando o Sr Verbo. Enquanto ele não tomasse uma atitude de homem, permaneceria ali muda, imóvel e pelada, brincando de bolinha de sabão com o Adjetivo. Um boyzinho marrento que conheceu em um boate gay na Augusta.
“Se é pra perder tempo com palavrinhas, é melhor dar vez aos palavrões, que não tem vergonha de mostrar a cara, e são muito mais gostosos”.
Enquanto isto a humanidade seguia muda!

Gracinhas de Alma

Estou mesmo cansada das gracinhas da minha alma.
Ela é muito metida a besta, fica o tempo todo se exibindo, passeando pelada pelo meu corpo inteiro.
Como se não tivesse mais ninguém no mundo, e fosse a única a morar dentro de mim.
Não tem vergonha de nada: grita, pula corda, brinca de esconde-esconde, como uma menininha.
Enquanto eu, tenho que colocar mil panos para cobrir as curvas do meu corpo, além de trabalhar o tempo todo, para sustentar as suas bizarrices.
Mas, daí a seduzir todos os meus namorados, já é um pouco demais.
O pior é que eles acabam gostando mais dela, do que de mim.
Primeiro ela os seduz, depois os faz rir da minha cara, para no final me chamar pra catar as migalhas espatifadas no chão.
Insana, maléfica, arredia e atrevida.
Ou ela sai de mim, ou eu saio dela.
As duas juntas neste mundo, é o que não pode ser!!

Luana e o seu Menelick

O nome dela era Luana, filha da Lua, recanto de luz, guerreira Negra
Carregava em suas costas vários tentáculos, em diferentes tonalidades.
O grande problema é que não conseguia lidar com eles. Vivia tropeçando em suas raízes, caminhava equilibrando-se em seus apêndices, caia aqui, levanta-se acolá.
Sentia-se sozinha, em um mundo puro quase virginal.
Amava grande demais.
Sofria com este excesso de amor. Eram poucos os que conseguiam atingir o seu amágo.
Seguia como ébria distribuindo sonhos, amando em demasia.
Em uma crise de loucura, resolveu cortar um dos seus apêndices. Não aguentava mais a bagunça da sua alma.
Achava que desta forma tudo seria mais fácil.
Mutilada caminhou débil, por muitos milênios, mesmo acompanhada sentia-se sozinha.
Sentia falta da sua outra parte, sem freio amou ainda mais, queria de qualquer forma suprir o vazio da sua alma.
Enquanto isto lá de cima, um par de olhos negros a observava. Era a sua mãe Lua, que preocupada pensava em fazer algo, que pudesse trazer para a sua filha todo o amor que ela merecia.
Foi então que teve a ideia de reimplantar em seu ventre o orgão mutilado.
Havia decidido, ele teria o nome de rei, e traria para sua menina toda a alegria do mundo.
E assim, Luana reencontrou Menelick seu orgão perdido.
Foi assim que a metarmorfose se fez, tornaram-se  um por toda vida.
Com ele, Luana aprendeu a caminhar...

quinta-feira, 27 de junho de 2013

O Gigante bêbado



O Gigante bêbado


Depois de um longo tempo dormindo ele despertou. Ainda sonolento saiu cambaleando, como uma criança nos seus primeiros passos.
Inebriado sacudiu a poeira, tentando em vão pronuciar algumas palavras:
Tem alguém aí? Existe vida neste planeta?
Mas, como não era ouvido resolveu gritar. De súbito milhares de pessoas surgiram ao seu lado.
Agora todos eram lideres, entoavam a mesma canção, buscavam o mesmo objetivo.
Em marcha seguiram sem rumo. Como lobos famintos, destruíram catedrais, gargalharam dos dogmas, enfeitiçaram moços, desvirginaram moças.
Enquanto centenas de policiais tentavam em vão conter o exército que surgia de todos os lados.
Mas o gigante enfurecido destruía tudo e todos. No mesmo tempo em que roubavam-lhe o ar, açoitavam-lhe as costas, criavam barricadas, balas de borrachas tentavam apagar aquele momento.
Mesmo assim ninguém conseguia conter o gigante desperto.
Ao final fortalecido pisou no sistema.
Enquanto isto reis e rainhas atônitos provaram o sabor do próprio veneno.



segunda-feira, 10 de junho de 2013

Machado de Assis, me salvou de uma bactéria.



O dia era segunda-feira, garoa, frio e aquela maldita infecção urinária, que não me deixou dormir à noite inteira.
Novamente fui ao hospital, o médico administrou buscopan com dipirona, depois um exame de urina, que para variar apresentou alta de leucócitos.
Horário de chegada 8h, saída 20h. Resultado: mais um antibiótico prescrito, e um suposto especialista, que teria que procurar, para uma consulta, que aconteceria junto com o aniversário da minha bactéria.
Agora os antibióticos já não fazem mais efeito. Nos últimos tempos, sem esperança de encontrar um médico na periferia, resolvi recorrer a um médico virtual, ou seja, fui até o Dr. Google, digitei o nome da doença, descobri o remédio mais indicado, fui à farmácia e comprei.
Com isto, nos últimos anos, meu organismo já experimentou todos os antibióticos imaginados, mas a bactéria se tornou mais louca e resistente ainda.
Em uma madrugada, passei no Pronto Socorro, o médico morrendo de sono, nem olhou para minha cara, administrou buscopan com dipirona, fiquei anestesiada, depois exame de urina, onde encontrei novamente meus amigos leucócitos.
Voltei para o consultório com o exame em riste, ele olhou o exame desinteressado, e xeque-mate, me passou o mesmo antibiótico.
Durante um período meus rins gritaram aliviados, mas depois novamente alarmaram-se.
"Mas que bactéria é esta? Alguém poderia me apresentar?
Esta bactéria já faz parte do meu organismo, tem nome e data de nascimento, e daqui a pouco casa comigo.
Então um dia, com muita dor, fui novamente ao hospital, e para variar: dipirona, buscopan, exame de urina. Mas desta vez algo novo, uma ultrasonografia. Permaneci por quase três horas esperando minha vez, e para distrair minhas bactérias, peguei um livro- Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Quando chegou a minha vez, o médico ficou supreso ao notar o livro nas minhas mãos, surpreso, comentou: “Nossa, você gosta do Machado de Assis?”
Como se "Machado" não fizesse parte daquele mundo tão distante, para ele um acontecimento inusitado naquele confins do Brasil.
Depois da surpresa, confessou que era também um apaixonado por "Machado", e me parabenizou pela boa leitura.
A partir daí, me deu mais atenção, e foi o único que pela primeira vez, se interessou pelo meu drama seriamente. O que na verdade era o que procurava aquele tempo todo, alguém que escutasse minhas queixas de dor e me apontasse um caminho, pois não sabia mais para onde correr.
Se a bactéria me abandonou?
Ainda não, mas devido as orientações de um médico do "Ultrasson", fiquei conhecendo mais a minha patologia.
E quanto ao "Machado", tenho certeza que ele me deu uma forcinha para conhecer melhor a minha amiga "Bactéria."





domingo, 2 de junho de 2013

Parada Gay- SR. São Paulo de tamancas



Hoje o SR. São Paulo, acordou de tamancas e saia rodada

Resolveu tirar o terno e a gravata, colocar uma gargalhada nos lábios e sair pelas ruas cantarolado uma canção popular.
Diferente dos outros dias, decidiu enamorar todo mundo. Sem ter a preocupação se “Todo Mundo”, era homem ou mulher.
Assim, despretensiosamente, apenas pelo prazer de amar, sem preconceitos, aceitando a diversidade das pessoas ao seu redor.
Na primeira esquina, encontrou ele ou seria ela? 
Não se sabe, mas o que importa, é que saíram de mãos dadas, cambaleando em cima das suas tamancas.
Mas, lá do alto das torres gêmeas, alguém os observava...
Era o seu chefe, que os olhava, com a carta de demissão entre as pernas trêmulas de desejo.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

‎30 graus no centro velho de São Paulo, a tarde belicosa esconde desejos camuflados. Alguns lobos furtivos escondem-se em peles de cordeiros, prontos para dar o bote na fêmea desavisada/avisada.


Somente os raros, escolhem suas presas, não pelo cheiro, mas sim pela magia que só os raros possuem.

Os raros se atraem!