sábado, 2 de outubro de 2010

Erotismo de bolso

Enfim Casados!

Depois de quase dez anos vivendo uma vida em comum decidiram casar-se.
Para isso reuniram as economias do PIS, venderam a bicicleta nova que haviam comprado em 10 prestações.
Contaram também com a ajuda da mãe dele, que patrocinou o dia da noiva.
A cabeleireira escolhida foi a amiga da família, sua especialidade: alisamento e bons conselhos.
Sabia de cor e salteado as receitas de um casamento feliz, devido às inúmeras estórias que ouvia todos os dias.
Na verdade aquele salão de cabeleireiro servia também como consultório terapêutico, era ali que as mulheres dividiam seus problemas e encontravam possíveis soluções.
Foi em conjunto que decidiram a nova cor do cabelo de Elvira: “vermelho intenso”.
No começo Elvira ficou um pouco temerosa, com receio que o novo visual não combinasse com o seu jeito de ser.
Extremamente religiosa e adepta do que achava que eram bons modos para uma mulher comprometida.
Foi criada sobre o olhar submisso da mãe e a austeridade do pai. Guardava um segredo, mas só quem conhecia era a boneca. O segredo era tão apimentado que quando lembrava ficava imediatamente ruborizada.
Nunca ligou muito para a aparência. A não ser quando conheceu Roberto, mas foi só até conquistá-lo.
Elvira saiu do salão satisfeita com o novo visual, parecia não se reconhecer quando olhou envergonhada no espelho.
Aquela nova aparência significava a exposição dos seus mais pecaminosos pensamentos.
Disfarçadamente colocou a mão na bolsa e apertou a boneca.
Quem a olhava com atenção, percebia que algo havia mudado na expressão dela. O olhar sério, agora dava espaço para um sorriso no canto dos lábios, deixando transparecer certa lascívia.
O casamento havia sido marcado para às 17h, mas foi só no último momento que lembrou que não havia comprado lingerie, as que tinha o marido já conhecia.
Quando pensou que enfim poderia chamá-lo de “meu marido”, sentiu-se mais completa e feliz.
Como se durante aquele tempo todo tivesse vivendo sobre a égide do pecado.
Correu para uma loja, comprou um soutien discreto, mas a calcinha resolveu aceitar a sugestão da vendedora, pegou uma vermelha tamanho pequeno.
Foi direto para casa segurando o embrulho desconfiada, trancou-se no quarto e experimentou as peças. Por um bom tempo ficou admirando-se no espelho.
Pensou que o marido talvez estranhasse seu comportamento, mas depois do casamento tudo seria diferente, poderia se entregar totalmente.
Seria enfim sua mulher!
Organizaram uma caravana para levá-la à igreja, a motorista seria a cabeleireira.
Foram em alta velocidade, cortando caminhos, chegaram esbaforidos...
A noiva emocionada entrou na igreja cantando um hino no tom mais alto que conseguiu.
Finda a cerimônia, o casal ficou surpreso quando a cabeleireira disse que daria como presente uma estádia num hotel.
E assim seguiram felizes como duas crianças serelepes. Quando Elvira entrou no quarto, ficou boquiaberta com a quantidade de espelhos, para eles aquilo era tudo novidade.
Roberto ligou a TV de plasma, sintonizou o futebol e se distraiu com o jogo do time preferido.
Elvira já estava acostumada com o jeito do marido, era fanático por futebol, quando o seu time jogava não enxergava ninguém na sua frente.
Disfarçadamente pegou a sua bolsa, e foi para o banheiro...
Olhou para porta entreaberta e viu que o marido ainda estava na mesma posição, não havia sequer tirado a gravata.
Calmamente pegou a boneca, olhou no espelho e ali mesmo diante da sua imagem refletida, começou acariciar a boneca, ao mesmo tempo em que mexia nos seios.
Aquele ato proibido, a deixava ainda mais excitada... Olhava para o espelho com um olhar perdido, como se estivesse em transe, fera no cio.
Passava a boneca no suor que escorria pelo seu corpo.
Frenética, num ritmo acelerado colocou a boneca entre as pernas. Num autoflagelo absoluto, alcançou sensações ainda mais intensas do que todas as outras vezes. Quando alcançou o momento supremo, deu um gemido de satisfação e gozo.
Mais uma vez olhou para o marido, que continuava imóvel. Sorrindo e muito calma, resolveu tomar um banho na banheira de hidromassagem.
Encheu completamente, colocou sais de banho e mergulhou.
Completamente relaxada, pensou: “Não preciso de mais de nada”...
Foi só quando viu a água totalmente vermelha, que se lembrou da tinta ainda recente no cabelo.
Mas aquilo não tinha a menor importância, o sonho de Elvira foi realizado.
“Agora era uma mulher casada”